Em meu pouco tempo de experiência tenho vivenciado juntamente com as pessoas deficientes visuais com as quais trabalho, situações diversas em relação a falta de informação de pessoas que não sabem o que fazer e/ou como proceder ao abordar pessoas com deficiência visual. Com certeza é necessário todo um trabalho de informação e orientação a este respeito. Quero compartilhar aqui algumas das situações que ocorrem em nosso dia a dia.
Dentre muitas, a mais curiosa foi a ocorrida em nossa última aula. Caminhavamos na calçada próximo a um local que estava sendo reformado e a dona do estabelecimento, ouviu o toque da bengala que passava e gritou muito irritada e sem olhar quem era:
- você é cega? Para minha aluna.
Olhamos para traz e respondemos.
- sim é.
Sem ação a responsável pelo local pediu desculpas incansavelmente e prosseguimos nosso trajeto indignadas.
Um de meus alunos relatou também que ao visitar um parente, caminhando com um primo, segurando em seu ombro, passava por perto um bêbado que perguntou:
- o bar é aqui perto?
Com certeza imaginando que a pessoa deficiente apoiava no ombro por estar bêbada.
As vezes passamos por situações constrangedoras, como quando ao caminharmos pelo centro da cidade, pessoas oferecem dinheiro, somente pelo fato ver a pessoa com deficiência visual, ou oferecimento de curas milagrosas, endereço de igrejas que irão curá-los da deficiência. Ou comentários como:
- ela é cega? Sussurrando como se a pessoa não estivesse presente ou fosse surda.
O que mais me incomoda mesmo é quando estamos passando e um amigo ou conhecido e fala:
- quem sou eu?
- Você sabe meu nome?
Ou dizem - Ela conhece minha voz. Com persistencia.
Normalmente eu falo para a pessoa com deficiência: – diga que você esqueceu a bola de cristal em casa. Para que as pessoas tomem consciência que esta não é à melhor forma de abordar qualquer pessoa que seja.
Ocorre muito também no comércio quando a pessoa com deficiência vai fazer compra com um parente ou amigo e os atendentes despreparados da loja perguntam ao acompanhante e não a pessoa com deficiência o que ela deseja comprar, como se a pessoa com deficiência não estivesse presente ou não fosse capaz de dizer o que deseja.
Situações também muito degradáveis em relação à acessibilidade, quando placas são colocadas em locais inadequados, e os proprietários não compreendem quando tiramos obstáculos do caminho pelos quais passarmos. Um deficiente passou por situação bem constrangedora pela falta de consciência, informação e acessibilidade.
Recentemente li a notícia de que um jovem que registrou ocorrência policial, alegando ter sofrido constrangimento por sua condição de cadeirante. Segundo relata o universitário, o episódio aconteceu em uma casa noturna de Santa Maria, local onde outros tantos jovens iguais a ele freqüentam para se divertir. É inadmissível que casos como esse ainda venha macular nossa cidadania, ferindo direitos garantidos pela Constituição. É difícil aceitar que um jovem universitário tenha sido ‘gentilmente’ convidado a se retirar da pista de dança, pois sua cadeira – objeto imprescindível para sua locomoção - estaria ‘atrapalhando’ os demais. E eu pergunto: onde está o respeito? Onde está o bom senso? Quem responde pela igualdade de direitos e a tolerância pelas diferenças?
Imagine a dificuldade natural do dia a dia de alguém que tenha qualquer déficit de mobilidade em chegar onde quer e ter esta dificuldade ampliada por uma "Madame" ou seja lá quem for pois este sujeito colocou seu carro nos lugares reservados.
Aquelas vagas estão lá justamente para propiciar um mínimo de comodidade para quem tem dificuldades de locomoção, independente de estarem vazias ou não e seguem um princípio muito bem traduzido por Rui Barbosa... tratar com desigualdade os desiguais para que haja igualdade...
Durante muito tempo as pessoas com deficiência de uma forma geral foram considerados pessoas diferentes, incapacitadas, condenadas ao ostracismo e a uma vida sem atividades. Também foram discriminadas e colocadas à prova em suas habilidades. Atualmente, as dificuldades ainda existem, mas muitas pessoas têm trabalhado para reverter esta situação. Como exemplo disso, temos a Lei Federal 7853/1989, estipulando uma política nacional para integração das pessoas com deficiência. Temos também a Lei 11.133/2005.
Dependemos do auxílio e conciência de todos para esta situação mudar.
Dentre muitas, a mais curiosa foi a ocorrida em nossa última aula. Caminhavamos na calçada próximo a um local que estava sendo reformado e a dona do estabelecimento, ouviu o toque da bengala que passava e gritou muito irritada e sem olhar quem era:
- você é cega? Para minha aluna.
Olhamos para traz e respondemos.
- sim é.
Sem ação a responsável pelo local pediu desculpas incansavelmente e prosseguimos nosso trajeto indignadas.
Um de meus alunos relatou também que ao visitar um parente, caminhando com um primo, segurando em seu ombro, passava por perto um bêbado que perguntou:
- o bar é aqui perto?
Com certeza imaginando que a pessoa deficiente apoiava no ombro por estar bêbada.
As vezes passamos por situações constrangedoras, como quando ao caminharmos pelo centro da cidade, pessoas oferecem dinheiro, somente pelo fato ver a pessoa com deficiência visual, ou oferecimento de curas milagrosas, endereço de igrejas que irão curá-los da deficiência. Ou comentários como:
- ela é cega? Sussurrando como se a pessoa não estivesse presente ou fosse surda.
O que mais me incomoda mesmo é quando estamos passando e um amigo ou conhecido e fala:
- quem sou eu?
- Você sabe meu nome?
Ou dizem - Ela conhece minha voz. Com persistencia.
Normalmente eu falo para a pessoa com deficiência: – diga que você esqueceu a bola de cristal em casa. Para que as pessoas tomem consciência que esta não é à melhor forma de abordar qualquer pessoa que seja.
Ocorre muito também no comércio quando a pessoa com deficiência vai fazer compra com um parente ou amigo e os atendentes despreparados da loja perguntam ao acompanhante e não a pessoa com deficiência o que ela deseja comprar, como se a pessoa com deficiência não estivesse presente ou não fosse capaz de dizer o que deseja.
Situações também muito degradáveis em relação à acessibilidade, quando placas são colocadas em locais inadequados, e os proprietários não compreendem quando tiramos obstáculos do caminho pelos quais passarmos. Um deficiente passou por situação bem constrangedora pela falta de consciência, informação e acessibilidade.
Recentemente li a notícia de que um jovem que registrou ocorrência policial, alegando ter sofrido constrangimento por sua condição de cadeirante. Segundo relata o universitário, o episódio aconteceu em uma casa noturna de Santa Maria, local onde outros tantos jovens iguais a ele freqüentam para se divertir. É inadmissível que casos como esse ainda venha macular nossa cidadania, ferindo direitos garantidos pela Constituição. É difícil aceitar que um jovem universitário tenha sido ‘gentilmente’ convidado a se retirar da pista de dança, pois sua cadeira – objeto imprescindível para sua locomoção - estaria ‘atrapalhando’ os demais. E eu pergunto: onde está o respeito? Onde está o bom senso? Quem responde pela igualdade de direitos e a tolerância pelas diferenças?
Imagine a dificuldade natural do dia a dia de alguém que tenha qualquer déficit de mobilidade em chegar onde quer e ter esta dificuldade ampliada por uma "Madame" ou seja lá quem for pois este sujeito colocou seu carro nos lugares reservados.
Aquelas vagas estão lá justamente para propiciar um mínimo de comodidade para quem tem dificuldades de locomoção, independente de estarem vazias ou não e seguem um princípio muito bem traduzido por Rui Barbosa... tratar com desigualdade os desiguais para que haja igualdade...
Durante muito tempo as pessoas com deficiência de uma forma geral foram considerados pessoas diferentes, incapacitadas, condenadas ao ostracismo e a uma vida sem atividades. Também foram discriminadas e colocadas à prova em suas habilidades. Atualmente, as dificuldades ainda existem, mas muitas pessoas têm trabalhado para reverter esta situação. Como exemplo disso, temos a Lei Federal 7853/1989, estipulando uma política nacional para integração das pessoas com deficiência. Temos também a Lei 11.133/2005.
Dependemos do auxílio e conciência de todos para esta situação mudar.
Parabéns, Sandrinha!
ResponderExcluirPois, esse artigo está muito bom!
É isso ai!
Comtinue assim!
Att,
Jana
Parabéns, Sandrinha!
ResponderExcluirPois, esse artigo está muito bom!
É isso ai!
Continue assim!
Att,
Jana
Muito bom seu trabalho Sandra, eu acredito que todos temos nossas deficiências,as vezes ocultas e outras vezes visivel, psiquicas ou fisicas se fossemos perfeito não estariamos aqui!! então o saber respeitar cada ser, seu espaço e sua deficiência é Fraterno... Parabens pelo blogspot
ResponderExcluirLCsampa